O presente trabalho é um olhar sobre a história da filosofia e história da ciência visando identificar a associação entre as mudanças histórico-culturais que ocorreram no século XVIII e a visão de mundo construída pela filosofia iluminista e kantiana. Neste contexto, compreende-se a preocupação dos iluministas na difusão dos métodos elaborados para a compreensão do mundo, assim como o papel das sociedades científicas na articulação da ciência à burguesia. A realização deste caminho foi feita, principalmente, para refletir sobre o avanço das ciências da vida ao longo das condições históricas deste período, juntamente com algumas das principais questões que orientaram os estudos de campo e de laboratório dos naturalistas do período. As questões das ciências da vida trazidas foram as seguintes: a origem e diversidade dos seres vivos, a classificação biológica, a eletrofisiologia, os estudos sobre o metabolismo e o debate entre o pré-formismo e a epigênese.
Palavras-chave: Filosofia da ciência; História da ciência; Ciências da vida.
Antonio Fernandes Nascimento Júnior
Professor Adjunto da Universidade Federal de Lavras. Doutor em Educação para a Ciência (UNESP) e Doutor em Ciências (USP).
Daniele Cristina de Souza
Professora Adjunta da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Doutora em Educação para a Ciência, (UNESP).
Baixar artigo: UM OLHAR SOBRE O ESTUDO DOS SERES VIVOS NO SÉCULO XVIII: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO BIOLÓGICO
O presente artigo tem por objetivo demostrar a concepção de Sartre de imagem e, com isso, estabelecer a mudança adotada pelo filósofo com relação à tradição metafísica. Será detalhado também três características fundamentais da imagem na concepção da fenomenologia. A reflexão sobre a imagem em seus novos termos culminará na abordagem da obra de arte como produção do imaginário, ou seja, como fuga do real. Entretanto, será demostrado que essa fuga não se dá completamente e que a liberdade da criação sempre se dá de maneira situada. Por fim, para definir a liberdade situada, será abordada a noção de engajamento e os novos caminhos de pensamentos abertos a partir da reflexão sartreana sobre a arte.
Palavras-chave: Sartre. Imagem. Fenomenologia. Obra de arte. Engajamento.
Daniel Pereira de Mello
Mestrando em Filosofia pela UFES.
Baixar artigo:A REFLEXÃO SOBRE A IMAGEM E SUA RELAÇÃO COM A OBRA DE ARTE NO PENSAMENTO DE JEAN-PAUL SARTRE
O presente artigo tem por objetivo refletir sobre o papel do ceticismo na História da Filosofia, salientando seus aspectos históricos e estruturais considerados fundamentais para uma compreensão adequada desta corrente filosófica do helenismo. De modo específico, pretende-se tornar clara a importância da equipolência e da suspensão do juízo na metodologia cética e refletir como o ceticismo, em sua estrutura nascente, não se constitui numa filosofia ingênua e autorrefutativa, muito menos descompromissada com a verdade, como se caísse em um relativismo de caráter sofístico. Por fim, procura-se salientar os pressupostos céticos considerados basilares para o nascimento da Filosofia Moderna, que influenciaram diretamente pensadores dos séculos XVI e XVII, de forma especial o filósofo francês Michel de Montaigne, cujo ensaio Apologia de Raymond Sebond parece constituir-se em um grande dilema cético, levantando questões pertinentes, abrindo espaço para leituras interpretativas diferenciadas e gerando incômodos céticos presentes nos ambientes acadêmico-filosóficos até os dias de hoje.
Palavras-chave: Ceticismo, Suspensão do Juízo, Equipolência, Sexto Empírico, Montaigne.
Elvis Rezende Messias
Mestrando em Educação pela Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL-MG. Graduação e especialização em Filosofia pela Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG. Docente no Seminário Nossa Senhora das Dores, Diocese da Campanha-MG e na rede pública do Estado de Minas Gerais.
Baixar artigo:CETICISMO E FILOSOFIA MODERNA: A IMPORTÂNCIA DA EQUIPOLÊNCIA E DA SUSPENSÃO DO JUÍZO
Nosso objetivo principal é desenvolver a compreensão do conceito existenciário de historicidade, no âmbito do gestar-se próprio do Dasein, tal como Heidegger explicita na na analítica existencial de Ser e Tempo. Primeiramente, busca-se discutir o conceito vulgar de historia em contraste ao qual o filósofo apresenta o gestar-se da existência. Após, trataremos do conceito de temporalidade originária, apontando para o âmbito no qual a existência sai da impessoalidade para o ser-resoluto. Por fim, apresentaremos a compreensão heideggeriana do conceito de historicidade própria, desenvolvendo o modo pelo qual o Dasein assume seu destino no gesta-se de si mesmo enquanto resoluto. Nesse desenvolvimento, acreditamos explicitar que a preocupação principal do filósofo não está na mera análise abstrata do existir, mas, muito mais, no papel da existência na continuidade do tempo histórico.
Palavras-chave: Dasein. Heidegger. Historicidade. Temporalidade.
Jean Tonin
Mestrando em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.
Baixar artigo:A CONSTITUIÇÃO EXISTENCIÁRIA DA HISTORICIDADE PRÓPRIA NA ANALÍTICA EXISTENCIAL DE SER E TEMPO
Neste texto, traço como objetivo central o ato de busca de conhecimento a respeito da teoria metaética do prescritivismo universal elaborada pelo filósofo inglês Richard M. Hare. Para tanto, num primeiro momento busco realizar uma leitura condensada da tese do prescritivismo universal. Logo em seguida, fazemos o esforço de investigar a hipótese referente à categoria da universalizabilidade presente na teoria metaética da Hare. Finalmente, trabalho o tópico concernente à lógica e ao dever na fundamentação das decisões no âmbito dos dilemas morais. Teço algumas reflexões nas considerações finais sobre os aspectos estudados ao longo do texto em relação aos juízos morais.
Palavras-chave: Prescritivismo. Universalizabilidade. Metaética. Juízo Moral.
Joel Decothé Junior
Mestre em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Bacharel em Teologia pela Escola Superior de Teologia (EST); Licenciado em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS); Especialização em Teologia pela Escola Superior de Teologia (EST).
Baixar artigo:O PRESCRITIVISMO UNIVERSAL NA TEORIA METAÉTICA DE RICHARD HARE
Neste artigo realiza-se um estudo introdutório das ideias educacionais de Paulo Freire. A pesquisa foi exclusivamente de caráter bibliográfico. Buscou-se responder à pergunta “o que é educação, para Paulo Freire?” e foram feitas análises iniciais das respostas encontradas. Para Freire, há duas definições de educação: uma geral e outra específica. A geral é: educação é uma concepção filosófica e/ou científica acerca do conhecimento colocada em prática. A específica depende da concepção de conhecimento freireana: o conhecimento é um processo social criado por meio da ação-reflexão transformadora dos humanos sobre a realidade. A definição de educação específica de Freire é: educação é o processo constante de criação do conhecimento e de busca da transformação-reinvenção da realidade pela ação-reflexão humana. Segundo Freire, há duas espécies gerais de educação: a educação dominadora e a educação libertadora. A dominadora apenas descreveria a realidade e transferiria conhecimento; a libertadora seria ato de criação do conhecimento e método de ação-reflexão para a transformação da realidade. Os textos de Paulo Freire, como expressão da educação libertadora, teriam a finalidade de criar o conhecimento e de transformar-reinventar a realidade por meio da ação-reflexão do próprio Freire, da qual os textos seriam manifestação.
Palavras-chave: Paulo Freire, Educação, Filosofia.
José Junio Souza da Costa
Especialista em Docência do Ensino Superior pela UCDB/Portal Educação. Graduado em Filosofia (licenciatura) pela UFAM.
Baixar artigo:A EDUCAÇÃO SEGUNDO PAULO FREIRE: UMA PRIMEIRA ANÁLISE FILOSÓFICA
O objetivo deste artigo é apresentar o problema da relação entre fé e razão a partir da questão principal que a investigação filosófica sobre o tema levanta: a fé em Deus pode ser justificada racionalmente ou ela não passa de uma escolha pessoal, subjetiva, mero sentimento? É o problema de saber se o que realiza plenamente o ser humano (o crente, pelo menos) é ou não uma questão que possa ser discutida racionalmente, i.e., se se pode considerar a fé como um tipo de racionalidade, que tem seus próprios conceitos ou se a fé é irracional e incompatível com a razão.
Palavras-chave: Fé. Razão. Racionalidade hermenêutica.
Julian Batista Guimarães
Mestrando em Filosofia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Bacharel e licenciado em Filosofia pela FAJE.
Baixar artigo:É A FÉ EM DEUS JUSTIFICÁVEL RACIONALMENTE?
O artigo propõe olhar para o eclodir do realismo lógico no século XIX. A tarefa a ser realizada é oportunizar uma reflexão acerca do realismo bolzaniano, cujo escopo é salientar os principais conceitos, em verdade, abordar-se-á a Teoria da ciência (Die Wissenschaftslehre) e, especialmente, a sua tese central de que “existem verdades em si”. Nesse itinerário, será oferecido ao honorável leitor uma visão do calcanhar de Aquiles do pensamento bolzaniano, apontado pelo psicólogo Franz Exner, por assim dizer, iniciador do psicologismo. Por fim, demonstrar-se-á o alcance do realismo lógico de Bolzano, isto é, se se diz que a polêmica Bolzano-Exner é a gênese, por outro lado, o zênite e, claro, o ponto final, é Edmund Husserl.
Palavras-chave: Realismo lógico. Psicologismo. Teoria da ciência.
Luis Sergio Conterato
Mestrando em Filosofia pela PUC/SP. Bolsista da CAPES. Bacharel em Filosofia pela Faculdade Católica de Pouso Alegre.
Baixar artigo:A AURORA DO REALISMO LÓGICO NO SÉCULO XIX: BERNARD BOLZANO
O presente artigo, derivada de pesquisa bibliográfica e pretende explorar alguns conceitos do pensado de Dewey e Herbart, sinalizando para a importância do pensamento destes pensadores, alguns pontos de convergência e divergência em suas propostas educacionais. O artigo pretende mostrar como os autores concebem a experiência educacional, suas considerações da experiência empírica e da tradição cultural na educação dos indivíduos. O texto pretende apontar que Dewey não é tão assistemático e Herbart tão formalista como muitas vezes são retratados pela história da educação. Ambas as propostas são diretivas sendo que Dewey intenciona o desenvolvimento de sujeitos democráticos e Herbart, de sujeitos morais.
Palavras-chave: Dewey. Herbart. Experiência. Educação.
Odair Neitzel
Docente na Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS; Doutorando em Educação (Linha de Fundamentos da Educação) pela Universidade de Passo Fundo – UPF.
Baixar artigo:EXPERIÊNCIA EDUCACIONAL EM DEWEY E HERBART
O presente artigo possui por objetivo analisar a questão da alteridade no horizonte da linguagem em Merleau-Ponty. Após superar o espectro de uma linguagem pura, Merleau-Ponty realiza uma ressignificação da linguagem na medida em que possibilita a relação entre o Eu e o Outro por meio da irredutibilidade de sentido que a linguagem criadora proporciona. Trata-se, agora, de explicitar a camada de silêncio que perpassa pelo estofo das palavras, a qual servirá como gênese de criação de sentido pelos sujeitos falantes. Por fim, mostramos, entre outras coisas, como a questão da alteridade é forjada a partir da noção de intercorporeidade e emparelhamento.
Palavras-chave: Linguagem. Intercorporeidade. Alteridade. Merleau-Ponty.
Renato dos Santos
Mestrando em Filosofia pela PUC-PR.
Baixar artigo:LINGUAGEM E ALTERIDADE EM MERLEAU-PONTY
Linguagem e fé são dois elementos constitutivos da existência do ser humano. O filósofo Jean Ladrière busca articular linguagem e fé, partindo da sua adesão à concepção de linguagem como performativa e auto-implicativa e da palavra da fé cristã como um discurso diferenciado, tocado tanto pela compreensibilidade como pela incompreensibilidade. Sendo assim, a linguagem da fé se apresenta como uma linguagem marcada por acontecimentos, pela evocação do compromisso e do engajamento do crente em relação ao que proclama a fé e, ainda, por uma dimensão misteriosa, escatológica, repleta da esperança, da confiança do que ainda há de vir a se concretizar do que a fé anuncia. Uma abordagem desse tipo de linguagem lança desafios à reflexão filosófica, que só poderão ser enfrentados a partir de uma concepção específica da fé como dom e ratificação.
Palavras-chave: Linguagem. Fé cristã. Linguagem da fé.
Carlos Henrique Machado de Paiva
Mestrando em Filosofia pela FAJE.
Baixar artigo:LINGUAGEM E FÉ NA PERSPECTIVA DE JEAN LADRIÈRE
Este estudo propõe atualizar questões pertinentes da filosofia moral de Epicteto, aproximando-o da presente época. Mediante uma compreensão que supõe como possibilidade as seguintes hipóteses: a) a ética de Epicteto como condicionada a uma fundamentação antropológica; b) a ética de Epicteto encontra-se na tradição do pensamento antigo, fundamentalmente, como uma ética das virtudes. O artigo encontra-se dividido em três pontos principais. O primeiro: “antropologia estoica: o universalismo do logos” remete as justificativas que afirmam ser indissociável a antropologia da ética no conjunto do estoicismo, portanto, inclui-se Epicteto. O segundo ponto: “diálogo com Aristóteles: aproximação e ruptura” é desenvolvido a partir da análise de pontos cruciais da filosofia prática aristotélica, relacionando-a com o posicionamento ético de Epicteto. O terceiro: “introdução aos fundamentos da ética em Epicteto” analisa a possibilidade de compreender a filosofia prática de Epicteto, a partir de dois eixos teóricos: a noção interna de homem como consequência do logos e, portanto, como uma antropologia, o que confirma a primeira hipótese; e a perspectiva justificada como viável, (o que confirma a segunda hipótese), de compreender a ética em Epicteto, como uma ética das virtudes.
Palavras-chave: Deliberação (proaíresis/??????????). Domínio de si (enkrateia/ ??????????). Divisão (Diaíresis /?????????). Filosofia (?????????).
Gabriel Rodrigues Rocha
Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Graduado em História e em Filosofia.
Baixar artigo:FILOSOFIA E ÉTICA NO ESTOICISMO ROMANO DE EPICTETO
Este artigo trata de maneira histórica e filosófica as ideias que prepararam o surgimento da teoria geral dos sistemas e os principais autores que levaram a diante duas de suas teses principais, a saber, as similaridades entre organismo e sociedade e a interdependência entre partes e todo.
Palavras-chave: Indivíduo – Sociedade – Mecanicista – Orgânico – Sistêmico
Felipe Augusto de Luca
Mestre e Doutorando em Filosofia pela USP.
Baixar artigo:OBSERVAÇÕES SOBRE A SOCIEDADE COMO UM SISTEMA
Neste artigo, tivemos o objetivo de analisar como o racionalismo ético limita a ética. Frente a este propósito, expomos a fonte trágica da ética de Aristóteles, para quem a ética não é ciência e não tem uma fonte metafísica. A revelação de Aristóteles mostrou como o seu pensamento ético, por ultrapassar o racionalismo filosófico, inaugura uma corrente de pensamento moral cuja modéstia é mais adequada à fragilidade da condição humana.
Palavras-chave: ética; ação; fortuna; eudaimonía; condição humana.
Harley Juliano Mantovani
Doutorando em Filosofia pela UFG. Bolsista CAPES.
Baixar artigo:ARISTÓTELES DESVELADO POR MARTHA NUSSBAUM: AS RAÍZES TRÁGICAS DA ÉTICA E A CONDIÇÃO HUMANA EM HANNAH ARENDT
POPPER, Karl R. O Mundo de Parmênides: ensaios sobre o iluminismo pré-socrático. Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: UNESP, 2014.
Douglas Borges Candido
Graduado e Mestrando em Filosofia pela PUC-PR.
Baixar artigo: O MUNDO DE PARMÊNIDES: ENSAIOS SOBRE O ILUMINISMO PRÉ-SOCRÁTICO